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29 de jun. de 2015

Aquele instante em que tudo parece estar no lugar em que deveria!!!

Tulipa de frango... Uma das coisas mais gostosas que já comi.
Foto cortesia de Rede Globo.
Hoje fui visitar minha cunhada e meus sobrinhos... Ela é viúva de um de meus irmãos. Marcelo... Nunca consegui responder à pergunta sobre minha família sem incluí-lo na conta, embora ele já esteja morto por boa parte da minha vida. Mas algumas pessoas não precisam se materializar para fazer parte... Quando me perguntam, sobre meus irmãos, ele sempre está na conta... Por que não consigo esquecer todas as vezes que pegamos aqueles cheques de depósito ou de compensação, comuns nos anos 80 nos balcões do banco, e levamos pra casa pra brincar de escritório. Não dá pra esquecer 'tulipa na chulipa', Marqui Marque Andide Fankybunche, quatro de julho, aniversário do Matheus... 

Ah... Matheus... Na minha arrogância realmente não pensei que um menino daquele tamanhinho ia ter algum dia alguma coisa pra me ensinar. Meu sobrinho. Lindinho, com a carinha mais fofa do mundo. Carinhoooooso. Sempre muito bonitinho e querido... Ia ser um barato ver Marcelo ser pai. Por que Gibinha ficou mais bonito, mais interessante, depois que Gabriel nasceu. E, depois da chegada da Gigica, então, Gibinha virou quase uma pessoa bacana. Feito incrível desses dois anjos que ele chama de filhos. Tudo o de melhor e de mais bonito que vi sair do Gibinha tinha um dos dois, Bi ou Gigica, como sujeitos protagonistas. 

Marcelo já era bem legal. Mas era um legal meio desconexo. Ele nunca fez parte de fato. Lembro de muita coisa com ele, mas também lembro de muita coisa sem. Por que era assim. A gente não podia contar muito com a presença dele. Marcelo simplesmente aparecia, ou não. E meio que, com o tempo, nos acostumamos com isso. Até por isso, talvez, meus pais demoraram a perceber que os sumiços foram ficando mais longos... Perigosamente longos... Até que um dia ele não estava mais lá, de fato.

Mas reapareceu... Em cada sorriso do Matheus. Em cada gracinha que ele fazia. No pedido por um caminhão basculante que um dia ele me fez. Tinha 4 aninhos. Afinal, o papai não havia rebocado a casa, e ele precisava terminar o serviço. No dia em que chorou quando foi 'zoado' por nós. Uns 10 anos, acho. Deitou na cama, escondeu a cara entre os braços e chorou. Ficou emburrado, triste. Igualzinho ao pai. Careeeeeente!!! Quando começou a sumir... Uns 16 anos... Sempre sorrindo, sempre do time do deixa disso, sempre vivendo e deixando viver... Sumiu por muito tempo também, algumas vezes. Mas sempre voltou... E continuou voltando. E aprendeu que precisa sempre voltar. Por que nós o amamos. 

Matheus!!! 
Amamos demais, segundo ele. Ah... Surpreendeu-me com essa, há alguns anos atrás. Eu, fazendo meu papel de tia, reclamando que ele não participava dos eventos familiares mais, que nunca estava em casa, e que estava se tornando um sobrinho virtual. 'Tia, o problema é que as pessoas me amam demais!' Demorei uns anos para entender. Lição aprendida, mestre. De vez em quando também me sinto amada demais. Isso cansa.

E, quando eu achava que íamos perdê-lo para o mundo de vez, quando pareceu pra mim que não havia laços que o prendiam, ele me surpreendeu de novo, voltando adulto, bonito, consciente de si e do mundo. Feliz!!! Não foi para a faculdade, mas sabe uma porção de coisas. Não mora numa casa, mas tem um lar. Com todas as coisas que uma tia careta poderia achar que dariam uma bela receita para o fracasso, ele se fez. Assim... Livre, inortodoxo, completo. Um ser humano pra lá de legal! E, no caminho para alcançar a vida que queria, visitou lugares, conheceu pessoas, entendeu culturas... E deu uma lição de moral involuntária na tia que um dia sonhou ser arqueóloga para viajar o mundo. Bastava querer de fato, e se jogar. 

Hoje fui visitá-lo. Fui ver minha cunhada também. Ela é uma boa amiga. Almoço em família, conversas triviais... Ele mostrando o trabalho. Matheus faz bijuterias finas, em arame e ferro e outras coisas. ADORO!!! Imagina, né, eu?!? KKK Ele mostrou os colares lindos de viver que tem feito. Lindos mesmo. De encher os olhos. Enfim... Aí, ele disse que se eu tivesse uma ideia na cabeça, e quisesse um design exclusivo, era só falar que ele fazia... 

Imperatriz Menina entregando Fantasia para Bastian. 
Foto cortesia de Uyulala.
Bom, não sei quantos de vocês sabem que sou apaixonada pelo livro 'A História Sem Fim'. E, sim, quero um dia ter um Aurin. Mas, por enquanto, estou me contentando com Fantasia... Sim, Fantasia... Não vou estragar a experiência de quem nunca leu o livro ou viu o filme. Eu quero um colar com um pozinho brilhoso num recipiente de vidro, que não escureça ou descasque com o uso. Mais ou menos isso... O pozinho, no livro, é a areia que dá origem à Fantasia. É uma representação de cada sonho e pensamento das crianças humanas... Ou seja, o pozinho é a representatividade das possibilidades da cabeça sonhadora... Quem me conhece, tá ligando lé com cré? Eu, pessoa pouco sonhadora.... Hahaha. 

Matheus vai fazer o colar. Tô feliz... Não só por tudo isso já explicado. Foi o momento em si. Enquanto falávamos, ele prestava atenção na minha ideia, e eu perguntava se era possível quebrar uma pedra da lua, talvez... E ele dizendo que sim... E que ia fazer... Este momento. Este instante... Tudo pareceu tão no lugar!!! Foi como brincar de secretária de novo. Imaginação é um negócio que me leva longe, e quem me deu essas asas foi Marcelo, quando inventava as coisas mais loucas para divertir a irmãzinha dele. E lá estava o filho do Marcelo, planejando como ia fazer Fantasia para mim!!! Genética é tudo!!! Matheus conhece o pai dele pelos relatos de todos nós, que não devem ser muito acurados, por que é extremamente difícil descrever tudo o que há numa pessoa... E como foi que se saiu assim, tão parecido? Mistérios da vida... 

O rapaz que acha que o amamos demais com certeza não gasta nem dois segundos pensando nisso, analisando os mecanismos do mundo. Ele prefere viver!!! Quer apenas o conhecimento necessário para desfrutar da vida, e as coisas necessárias para não morrer. Seja lá o que forem elas. Por que pra cada ser humano é algo diferente... 



JulyN. 

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