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12 de jun. de 2013

Algumas coisas me fazem pensar...

Candy brincando num terreno do bairro.
Acabei de ter uma epifania... Mais um daqueles passeios com a Candy me fizeram pensar. Na verdade, fui pros lados de Mirandópolis com ela, pra distribuir alguns panfletos dos meus serviços. Enfim, estávamos voltando já pra casa, quando vi uma moça com uma cachorrinha linda. Ela estava toda empolgadinha... Aí a Candy foi brincar com ela, e eu aproveitei para entregar o panfleto pra moça. 

Uma senhora se aproximou quando nos viu, e começou a falar dos perigos que a Candy corria por andar solta. Aí esclareci que a cachorra já tem 10 anos, e que foi ensinada a andar assim. Mas ela continuou falando sobre um pitbull que avançou na cachorra dela no meio da rua. E eu perguntei: 'sua cachorra estava solta?' E ela: 'não, por que acho perigoso.' E eu: 'e mesmo assim ela foi atacada, certo? Você denunciou o dono do pitbull? Chamou a polícia?' E ela: 'dá muito trabalho. Só agarrei minha cachorra e fui embora...' Ou seja, ela castigou a cachorra dela, encurtando o passeio, por que outro cachorro mal educado por um humano irresponsável atacou a bichinha dela. Encerrei a discussão ali, por que não adianta argumentar com mulheres idosas. 

Vou explicar isso... Ando com a Candy solta há dez anos, e só mulheres mais velhas me param pra falar que tenho que pôr coleira nela, por segurança. Homens de qualquer idade me parabenizam pela educação da Candy, e mulheres mais jovens a acham fofinha. Mulheres de mais de cinqüenta anos acham que, por amor, devo restringir e aprisionar um ser vivo que nada fez para merecer tal castigo. Sou só eu que acho que tem algo de errado com a definição de amor? Eu amo a Candy. E claro que não quero que nada de errado aconteça a ela. Mas, devo encoleirar e aprisionar minha bichinha, que nunca, em 10 anos, avançou em outro ser para morder ou agredir? Nunca desobedeceu gravemente, ou se enfiou embaixo de um carro propositalmente? Ou devemos começar a prender os cachorros bravos e exigir que seus donos deem a eles a devida atenção, sob a pena de perde-los se não o fizerem? Que tal se motoristas passarem a ter consciência de que estão armados e passarem a seguir as LEIS de trânsito?!? Que tal se -de novo - mulheres mais velhas e carentes de atenção não tentarem me roubar a minha cachorrinha, usando como desculpa o fato dela não usar coleira, deixando o que não é seu no lugar onde você encontrou? Regrinha básica...


Cachorra resgatada na Cidade Tiradentes.
Ela não sobreviveu à cirurgia.
Não vejo essas mesmas senhoras tão interessadas no bem estar da Candy, se mobilizarem quando aparece uma vira-lata na rua, com bicheira severa, precisando de alguém que a ame. Nenhuma delas foi até a Cidade Tiradentes sequer ajudar a resgatar a bichinha para levá-la a um veterinário. É isso que essas pessoas chamam de amor? Por que não é! Amar é mais que achar bonitinho, é mais que se sentir orgulhoso por que o bichinho é de raça... Amar é querer o bem não importa como. É querer a felicidade do outro, o bem estar de verdade, mesmo que isso represente algumas restrições da sua parte. Amar é passar o Natal e o Ano Novo em casa, para não deixar seu bichinho sozinho. É virar duas noites seguidas monitorando a saúde dele quando está doente. É gastar tempo e ter paciência educando o bichinho para que ele tenha liberdade na vida (que é a coisa mais incrível) sem se ferir ou prejudicar aos outros. Amar dá trabalho sim. 

Então, se você é uma dessas senhoras e está lendo este texto, desculpe lhe dizer que os cachorros não estão no mundo para suprir suas carências. Eles acabam suprindo, é verdade. A Candy supri muitas das minhas. Mas eu tenho plena consciência de que isso é um bônus, por que eu a amo, e ela me ama de volta. Uma cortesia, um carinho que ela me faz. Mas não, ela não veio ao mundo para ser carregada pra todo lado como uma coisa, sendo puxada pelo pescoço, e não podendo manifestar as próprias vontades. Ela também não veio ao mundo para enfeitar a minha casa, apenas. Ela nasceu livre. E mora comigo, e fica comigo, por que encontrou amor aqui. Encontrou alguém para protegê-la e celebrá-la. Mas, não se enganem. Ela não é minha, como é meu o celular que eu carrego no bolso. Ela é de Deus, como todas as outras criaturas do mundo. Não posso desligá-la quando ela me irrita, e nem obrigá-la a ser ou fazer coisas que ela não quer. Por que tem isso: ela tem vontade própria. Todos os cachorros, bem como os outros animais, têm... E é por isso que, em andando solta comigo na rua, ela sempre me obedece. Não por que eu obrigue. Mas por que ela quer. Ela gosta de ser minha parceira, e sabe que eu a respeito por isso.

Não estou dizendo que todos devem soltar os cachorros, e deixá-los correr pelas ruas. Mas pensem em como vocês enxergam seus amiguinhos... Não os arrastem pelas ruas. Coleiras são armas de poder. Deem opções aos seus PARCEIROS. Ou comprem um ursinho de pelúcia e passeiem com eles. Quem ama se responsabiliza, quem ama cuida sim. Mas para cuidar, não é preciso anular a vontade do outro. Se amar e respeitar de verdade, será amado e respeitado na mesma proporção. 

Quero fazer um agradecimento público especial. A cachorra que foi resgatada na Cidade Tiradentes contou com a ajuda de algumas pessoas que acabei conhecendo pelo Facebook, quando tive acesso a foto dela. Não esta foto postada aqui. Esta foi feita pela Lígia, que a resgatou. Mas, antes da Lígia, muitas outras pessoas se envolveram na tentativa de achar a bichinha, que estava nas ruas. Não vou citar todo mundo aqui. Basta que saibam que, enquanto muitos estão em busca de bichinhos de enfeite, outro querem animais. Apenas animais... E havia gente muito disposta a salvar esta cachorra. Infelizmente, segundo a veterinária que tentou tratá-la, ela era velhinha já. E não resistiu à cirurgia que foi tentada para recuperar a área destruída pela bicheira. A foto é chocante sim. Imaginem que esta cachorra ficou bastante tempo na rua, sendo consumida pela bicheira, sem que ninguém antes tivesse tentado ajudá-la. Minha pergunta é: cadê o amor???













JulyN

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