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18 de out. de 2013

Instituto Royal, beagles mortos, a pataquada toda!!!

Cedido por Luisa Mell.

Oi, amigos e amigas! Passei uma quinta feira muito da infeliz, e parte dessa infelicidade advinha do fato de eu estar sem computador. Meu windows não iniciava. Nem em modo de segurança. Foi só à noite que tive meu problema resolvido e pude acessar este sagrado mundo pelo qual já estou viciada. Poder escolher o que se vai consumir como informação é uma benção... Ter o mundo literalmente numa tela, é fantástico. Pelo menos parecia ser assim, até que abri o Facebook...

Dentre uma porção de coisas triviais e nem tanto, partilhadas pelos meus amigos de rede social, uma coisa me chamou a atenção. A veterinária da Candy mandou uma postagem à respeito de uma manifestação em frente a um instituto de pesquisa em São Roque, e sobre beagles sendo mortos... Beagles, aqueles cachorrinhos brancos com manchas marrons... Orelhudos, bonitinhos, brincalhões... Esses aí... Enfim, não tinha ouvido falar sobre nada disso antes, e achei meio utópico tentar parar a ação de extermínio dos animais aparentemente no momento em que tudo estava ocorrendo. Mas, como se tratava de cachorros, e é notório que gosto deles, fui pedir ajuda pro amigo Google, para saber o que realmente estava acontecendo... E, basicamente, a tão sonhada liberdade de escolha de conteúdo acabou estragando meu começo de sexta. Aqui estou eu, de madrugada, precisando falar sobre o assunto... 

Logomarca do Instituto Royal.
Vamos lá... Segundo o próprio site da empresa, o Instituto Royal é uma OSCIP (Organização de Sociedade Civil de Interesse Público) dedicada ao desenvolvimento tecnológico e de inovação com forte atuação na área de medicamentos: Citotoxicidade, Toxicologia, Genotoxicidade, Farmacocinética, Segurança Farmacológica, Métodos Alternativos ao uso de Animais. Atenção a este último item! Isto significa que esta empresa trabalha na pesquisa de maneiras alternativas ao uso indiscriminado de animais em testes laboratoriais, como cobaias... É o que eles dizem... E, atenção à sigla OSCIP, por que ela basicamente significa que esta instituição recebe dinheiro nosso para fazer o que faz, seja lá o que for.

Então, que negócio é esse de Beagles estarem sendo mortos lá em São Roque, para esconder provas de falta de ética na lida com animais cobaias, AGORA, neste momento, enquanto escrevo isso???

Pois é! Quem encabeça esta chamada de protesto é a famigerada Luísa Mell... Sim... Enfim, segundo ela, e seu amigo da 'Proteção Animal', há provas documentadas das crueldades pelas quais os animais passam... Laudos e até vídeos de ex-funcionários... Não achei nada disso disponível na internet, e também, depois de uma longa pesquisa, cheguei à conclusão que isso não tem importância, visto que nossa lei permite o uso dos animais em testes industriais. Isto, por si só, deveria ser suficiente para encerrar o assunto. Mas não é! Parece-me que há uma resolução do Ministério da Saúde, condicionando o uso de animais em testes laboratoriais apenas em situação de necessidade, quando disso depender a vida humana. Parece-me muito justo que um lindo Beagle morra, para ajudar nas pesquisas da eficácia e dos efeitos de um medicamento que depois será usado nos nossos filhos... Não. Na verdade, não parece não... Não gosto de imaginar que um cachorrinho, bonitinho e todo cheio de amor pra dar, como a Candy, seja submetido a esse tipo de coisa. Mas esta é uma questão ética. Até aonde é legítimo o uso dos animais em testes químicos? Os medicamentos desenvolvidos através desses testes, não nos fariam falta? Não sei o que dizer sobre este ponto específico. 


O fato de haver (e aí, comprovadamente) uma irregularidade no alvará de funcionamento do Instituto Royal lá em São Roque, começa a levantar mais suspeitas. Ativistas dizem ter fotografado os cachorros acondicionados de forma cruel. E isso sim, a lei proíbe. Você pode injetar coisas toxicas no bichinho, e arrancar partes do corpo dele enquanto ele ainda vive, causando-lhe dores profundas. Mas não pode colocá-lo num espaço diminuto, amontoado com outros animais. Ele tem que ter espaço pra sofrer e chorar as torturas que sofre (silêncio de perplexidade). Então, com isso, justificaria-se uma denúncia de maus tratos e uma possível fiscalização das dependências do local pelas autoridades competentes. E isso foi feito. Wilson Velasco Jr., promotor do Meio Ambiente em São Roque, acompanhou esta vistoria no local. Ele aguarda laudo da visita para decidir se chama o instituto para firmar um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) ou instaurar ação civil pública. Ou seja, o promotor esteve lá, e presumo que enxergue, sei lá... O que vai estar escrito no tal laudo, ele viu... E, mesmo assim, nada foi dito à população até agora, nada foi esclarecido, eu dou meu dinheiro para esta empresa e eles podem estar maltratando Beagles com minha verba, sem que eu tivesse conhecimento disso, e o promotor público, ou seja, o meu promotor, não pode me contar o que está acontecendo? Ah, tá...

Cedido por Luisa Mell.
O caso é que o Instituto não nega que faz testes nos animais. Afinal, é permitido. O que não é mostrado, o que se tenta esconder, é o tratamento dado aos cachorros. Por que aí, sim, dependendo do que é feito, eles estariam incorrendo em um crime. O que chega, em termos de denúncia, por parte dos manifestantes que estão à porta da empresa é que eles se recusam a deixar a população em geral entrar para ver as condições de trabalho do local. Teoricamente, quem não deve, não teme. Outra questão que levanta dúvidas é o fato de, nesta noite, enquanto acontecia o protesto à porta, e funcionários se encontravam dentro do Instituto, houve o momento em que, após o vazamento de informações internas para a rede social Facebook, os celulares foram confiscados de quem estava à trabalho no local. De novo, se não há nada a esconder, por que tanto medo de mostrar? 

Enfim... O caso é que agora temos esse problemão... Cães são usados nas pesquisas deste Instituto. A lei permite, contanto que observados alguns parâmetros éticos. Houve denuncia de que isso não acontece. Houve uma fiscalização, da qual não temos o resultado. O Ministério Público parece fingir que não vê a situação. Manifestantes à porta do local dizem que cachorros foram mortos esta noite, numa tentativa de queima de arquivo. O Instituto não permite a entrada de representantes da população, para averiguar as instalações e os trabalhos... Além de pesquisas para a área de medicamentos, eles também pesquisam aditivos alimentares, e químicos cosméticos. Como podemos ter certeza que os Beagles não são usados nessas pesquisas também? E um dilema ético sobre até que ponto podemos dispôr da vida de outros seres... Dúvidas, dúvidas, dúvidas... 

Quanto aos testes para a indústria cosmética, que é o que acaba sendo o calcanhar de Aquiles das empresas químicas, o grupo de proteção animal Humane Society International (HSI) enviou um relatório ao Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA) pedindo a proibição no território nacional dos testes em animais para cosméticos. Os testes em animais para cosméticos são antiéticos porque causam dor aos animais para o consumo de produtos não essenciais. O relatório fornece evidências que mostram que empresas de cosméticos não precisam testar seus produtos ou ingredientes em animais para inovar. Na realidade, um número crescente de países – os 28 Estados-Membros da União Europeia, assim como Israel e Índia – já baniram os testes em animais para cosméticos. Empresas livres de crueldade associam os testes sem animais já disponíveis, que fornecem resultados mais previsíveis do que os testes que fazem uso de animais, com ingredientes existentes que têm uma longa história de uso em cosméticos.O CONCEA, uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, irá debater o relatório na sua reunião plenária nos dias 23 e 24 de Outubro. A organização HSI está pedindo ao CONCEA para que tome medidas para pôr fim aos experimentos que causam sofrimento aos animais.

Bom, fato é que este assunto precisa ser debatido, amplamente, largamente. Nós, a população, não podemos permanecer alienados e deixar que terceiros com interesses restritos definam o que pode e o que não pode... Nós temos que nos fazer ouvir. Seja qual for sua opinião, faça seu barulho. Só sei que, se eu tivesse uma resposta concreta para tudo, este blog não existiria!









JulyN.


Atualizações!!!
O tempo foi passando, e o assunto continuou pairando. O fato de eu ser sim uma defensora dos animais, de modo geral, faz com que as pessoas me procurem para falar sobre o assunto... Então, acabei fazendo uma postagem esclarecendo meu posicionamento em relação ao fato da empresa AVON, de quem sou consultora, testar seus insumos em animais... Achei pertinente colocar esta postagem no meu blog de vendas de cosméticos e acessórios. Mas como também acredito que o que foi escrito lá acrescenta a esta postagem aqui, eis o link! Boa leitura.

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