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18 de fev. de 2014

Você pensa que mora na Suíça? - Transporte público em SP.


Hoje começo uma série de postagens bacanas - estou sendo sarcástica - sobre a infraestrutura da nossa querida São Paulo, e o material humano que encontramos aqui. (Minuto de silêncio para a contemplação da desgraça.) Resolvi fazer esta série recentemente, depois de passar por várias situações sui generis nos caminhos de casa pro trabalho e vice e versa. E estou dando conta só de 2014. O ano passado teve muita coisa também, e algumas delas eu expus aqui no blog. Vamos relembrar?


Isso é por alto, por que nem sempre eu conseguia tempo de escrever o que aconteceu em 2013 pra me fazer acreditar que moramos mesmo numa fábula... 2014 prometia ser melhor. Ano de Copa, as pessoas se instruindo um pouco mais para receber os turistas, as coisas se ajeitando... Só que não!!! (Parafraseando descaradamente o Otário Anonymous.) Comecei o ano trabalhando muito, tendo que pegar busão e metrô para chegar até o serviço... Eu moro em São Paulo... Esses são os ingredientes para o inferno na Terra!

Muita gente me pergunta por que prefiro pegar o busão ao metrô. Bem, pude observar que as pessoas no busão, em geral, são mais educadas umas com as outras do que o povo do metrô. O segundo grupo parece ser mais estressado e mais atrasado, e menos feliz do que o primeiro. Apesar do primeiro grupo ser de gente visivelmente mais pobre. Como percebem, não é o dinheiro que garante a felicidade! Pois bem, na minha primeira semana de trabalho, em 2014, resolvi dar uma de Paulistana e economizar tempo usando o metrô. Esse pique durou dois dias... Ficar espremida num trem debaixo da terra, sem acesso a luz do dia, tendo que lidar com a falta de educação das pessoas em volta não me agradou. Ver uma velhinha ser empurrada para fora do vagão, por que um idiota com algum problema cognitivo sério precisava descer naquela estação também não me apeteceu. Desisti dessa vida em dois dias, por que não tenho dinheiro pra comprar uma bazuca - um sonho de consumo de uns tempos para cá. Fora que todo o tempo que eu economizava no transporte, acabava gastando nas caminhadas para chegar as estações de metrô. 

O ônibus virou a solução. Muito bom andar num veículo arejado, com gente menos emburrada me acompanhando, pessoas normalmente até bem educadas... A possibilidade de descer se algo me incomodasse... E, incrivelmente, a possibilidade de fazer o trajeto sentada. Fora que em pegando dois ônibus eu vou da porta de casa à porta do trabalho, praticamente. Tudo perfeito! Ou será que não?

O primeiro evento que passou a me chatear em relação ao busão foi a mudança de lugar no ponto do segundo ônibus que eu pego pra voltar pra casa. Agora ficamos dentro do Terminal Ana Rosa, sem nenhuma sinalização, e sem espaço próprio. Aquele acúmulo de gente de três linhas, e a falta de coordenação para se montar filas me deixa louca. Estava tudo seguindo seu curso, saídas dos ônibus de quinze em quinze minutos, o que me deixava menos chateada de ficar lá em pé, com aquele bando de gente desesperada pra voltar pra casa. Afinal, eu estava na mesma situação. Um dia eu entrei na fila. Perguntei pra moça à minha frente se era a fila do busão X, e ela confirmou. Fiquei atrás dela. Na hora de subir, uma senhora me empurrou, e disse que estava na fila, na minha frente. HEIN?!? Todo o tempo esta senhora esteve fora da fila, na barraquinha de lanches, comendo. Eu a chamei de mal educada, por ter me empurrado, e ela respondeu que a mal educada era eu, por roubar o lugar dela na fila. Este foi meu momento bazuca do buzão. Jesus, eu queria só uma bazuca!!! Mas tive que respirar fundo. Queria voltar pra casa. 

Caso isolado. Ignorei, fui sentadinha pra casa, numa boa. Alguns dias depois o ônibus atrasou sua saída. Não parava de entrar gente. Aparentemente tinha ocorrido algum problema no metrô, e as pessoas estavam buscando alternativas. Tudo bem, fazer o quê. Evento isolado, metrô pode apresentar problemas... Todos os dias??? Por que foi isso que começou a ocorrer. Sempre havia uma pane em algum lugar que acabava sobrecarregando a malha rodoviária. E a volta pra casa se tornou um pouco mais cansativa e estressante, bem como a ida para o trabalho. 

Tudo bem, vamos superando. O que mais pode dar errado? Ah, é, espíritos de porcos - uma raça muito comum em São Paulo - podem queimar ônibus pela cidade, obrigando as concessionárias a relocarem parte de frotas de outras linhas para atender as desfalcadas. De repente o busão que partia de quinze em quinze minutos, passou a ter um intervalo de meia hora. Sério, uma bazuca me faria imensamente feliz. Um helicóptero, com motorista, e uma casa com heliporto também. 

Bom, vamos superar, por que eu ainda viajo sentada no busão, e ando bem menos do que de metrô. Mesmo quando fico quarenta e cinco minutos, num dia de mais de 30 graus, parada  num congestionamento na frente do portal do inferno - também conhecido como Hospital São Paulo - sentindo o cheiro da minha casa, com uns quinhentos metros entre nós. Eu perdoei quando, na chuva, as janelas tiveram que ser todas fechadas, e eu comecei a ter uma crise alérgica por conta do Avanço. Eu não entendo qual é a desse povo que antes de sair suado e acabado do trabalho, eles tiram o Avanço da mochila, se besuntam, e acham que isso vai resolver tudo. Não resolve!!! Como diz meu amigo Jefferson, fica com cheiro de cecê sport. E isso me provoca crise de asma!!! E me deixa bem infeliz!!! E quando eu estou infeliz eu gosto de comer chocolate, tomar coca-cola e atirar com bazucas!!! Não tinha nada disso no busão fechado, na chuva, no congestionamento, com Avanço!

Tudo certo. Cheguei em casa, tomei anti-alérgico, fui descansar... E tentei esquecer o horror daquele dia. Aí, no dia seguinte, peguei um carro de boi. Por que aquele motorista só pode ter comprado a carteira, e deve ser do tipo que toma pinga no café da manhã!!! Depois de muito chacoalhar, eu consegui sentar. Mas isso não significa que a viagem foi mais confortável pra mim. Senti cada pedrinha da rua, e cada vez que o busão freava eu via o acento da frente bem de perto. Tensão total.  Agradeci à Deus quando desci viva do ônibus. Cinco pessoas caíram durante o trajeto. E sim, fizemos queixa. Naquele dia teve o caso do busão que escalou o Corolla... Comecei a ficar apreensiva. Mas voltei pra casa inteira. Foi só no dia seguinte que peguei outro jegue ao volante. Mas aí estava preparada: bala de café pra não dormir e acabar com o nariz no assoalho do busão...

E, então, eis a minha vida agora: eu passo uma hora e meia mais ou menos na aventura do busão lotado, no calor, com chuva, jegue ao volante, tensão total, dor nas costas e vontade de usar uma bazuca, para chegar ao trabalho, e enfrento tudo isso na volta, acrescido do Avanço e a visão do portal do inferno por quarenta e cinco minutos. Um dia, no ponto, comentei com uma senhora sobre tudo isso, e disse que o Haddad tinha piorado um pouquinho as coisas, com a mudança de algumas linhas, por que agora temos que pegar dois ônibus para trajetos curtos. E falamos sobre os jovens que sentam nos assentos reservados e não saem quando é necessário... Eu falava da minha indignação. E ela me perguntou: Você pensa que mora na Suiça?







JulyN.
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21 de dez. de 2013

PQP!!! Dentro da fábula chamada Brasil a floresta encantada deve ser São Paulo!!!

São duas e meia da madrugada e eu estava dormindo pesado, até ser acordada por uns barulhos altos, que me assustaram. Parecia que uma janela aqui do prédio em que moro estava caindo. As janelas aqui são de alumínio, e o barulho que eu ouvia continuamente se assemelhava a algo batendo no metal. Fiquei preocupada, por que estou com visita em um dos quartos, e achei que algo pudesse estar acontecendo. Levantei para conferir. Mais acordada, percebi que o barulho vinha da rua. Eu moro no quinto andar de um prédio mais ou menos antigo, e qualquer barulho na rua vazia ecoa e é ouvido aqui como se tivesse sido produzido dentro do apartamento. Mas, enfim, quem é o ser sem noção fazendo barulho na rua às 2 da matina? 

O caso é que aqui temos sobrelojas. E uma delas esta alugada para uma distribuidora de água. E estamos em São Paulo. E aqui é uma área de exclusão máxima de circulação de caminhões... Vamos explicar tudo isso direitinho...

Era uma vez uma floresta encantada chamada São Paulo. Esta floresta tinha um governante geral, chamado Gilberto Kassab. E um dia ele achou que fosse uma grande ideia impedir a livre circulação de caminhões nesta floresta, achando que isso ia resolver o problema eterno do trânsito do local. E falando assim parece mesmo uma boa ideia... Mas esta floresta em particular é conhecida por uma vida comercial agitada. Produtos têm que entrar e sair daqui em grande escala. A tal restrição de circulação funcionaria assim: durante o horário comercial e de grande circulação de carros na área central, os caminhões seriam proibidos. Ou seja, o dia todo. Em outros locais, a proibição se restringiria aos horários de maior circulação de carros, apenas. Na prática, os caminhões, então, ficaram proibidos de circular pela cidade das cinco da manhã às nove da noite. E eis o primeiro ingrediente do MEU PROBLEMA.

Os moradores desta fábula - oops, país - também não colaboram... Pra que, né? Pra que tentar pensar nos outros, né? Isso dá muito trabalho. Então, a restrição de circulação dos caminhões acontece até às nove da noite... Barulho de carga e descarga de galões de água na minha porta seria até aceitável às dez da noite, ou onze... Às duas da manhã já me deixa bastante irritada. Aí, os meninos fazendo o serviço 'brincam' de jogar os galões vazios na caçamba de metal do caminhão, e enquanto isso vão falando alto uns com os outros... Por que dane-se quem está dormindo, não é? Eles estão bem acordados às duas da manhã!

Este era o barulho de matal batendo que eu estava ouvindo, e quando me dei conta disso, brasileira anômala que sou, imaginei logo que se eu, do quinto andar, tinha acordado com essa perturbação, o que estaria sendo do senhor de uns 80 anos que mora no primeiro andar??? Agasalhei-me para esconder o pijama, e desci para pedir silêncio. Fui educada, pedi aos meninos que diminuíssem o barulho, tomando mais cuidado no manuseio dos galões. 'Eu moro no quinto andar, e o barulho de vocês está ecoando. Isto é um prédio residencial!' A resposta que eu ouvi foi de um verdadeiro brasileiro, normal, com todas as faculdades mentais preservadas (não um anômalo, como eu): 'eu sei, senhora, mas eu estou trabalhando, e não tem jeito!' Ao que eu, ainda achando estar conversando com um anormal feito eu, respondi: 'eu sei, mas vocês podem trabalhar tomando mais cuidado. Não arremessem os galões pra dentro da caçamba, evitem que eles se batam um com o outro. Eu acordei com o barulho dos arremessos...' Ele pediu desculpas, e o barulho diminuiu. Ele fez um esforço... Mas o estrago estava feito. Irritada e acordada, resolvi escrever este texto. 

Quando meu sono é perturbado desta forma, para quem eu reclamo??? Quem defende meu direito de dormir??? Estou pedindo demais desta fábula??? Fico indignada com a falta de semancol dos habitantes desta floresta, irrito-me, quero que melhore. Mas é possível???

O MEU PROBLEMA é o SEU PROBLEMA??? Opine, deixe sua história nos comentários. Eu vou estudar para tentar encontrar a resposta para meus questionamentos, e quem sabe isso não vai te ajudar também?!?









JulyN.
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6 de mai. de 2013

Calçadas ou Montanhas Russas???

Exemplo claro de falta de senso de coletivo.
Quantos problemas este descaso ocasiona?
Bom, amigos... Há algum tempo venho pensando em fazer uma série de postagens sobre a falta de civilidade, a falta de espírito de coletivo, que observo na minha cidade. Conversando com as pessoas do meu bairro sobre esta ideia, percebi que muitos adorariam opinar, fazer denúncias ou apenas acrescentar indignação a alguns assuntos que não podem ser ignorados. Tenho pra mim que quando 'deixamos pra lá' - um hábito horrendo dos brasileiros - estamos consentindo uma porção de pequenas coisas incomodas, que em conjunto inviabilizam qualquer sociedade.

E durante este processo de pensar como seriam estas postagens, quais seriam os conteúdos, que moldes eu usaria para as denuncias, algo aconteceu. Na verdade, no espaço de uma semana, duas situações chamaram muito a minha atenção. Pois bem... Vamos inaugurar esta brincadeira das denúncias com um dos casos desta última semana, e numa próxima postagem, discutiremos o outro.

Pra quem ainda não sabe, moro em São Paulo, na Vila Clementino. E onde fica isso??? Nada melhor que um mapa para explicar!




Percebam que estamos nas imediações de um grande hospital. E, em grandes hospitais, presumimos que há uma grande movimentação de pessoas com dificuldades para se locomover. O que esperaríamos, neste caso? Uma boa malha de transporte público, uma maior paciência e consideração dos transeuntes, em relação aos pedestres do local, e calçadas adequadas à movimentação em qualquer situação física. Vocês ficariam surpresos se eu dissesse que NADA disso acontece? 

Pois é... Vamos começar falando sobre a educação das pessoas que trabalham em nosso bairro... Tenho muito contato com os moradores e transeuntes daqui (pacientes do hospital), por conta do meu trabalho de consultoria. Converso com muita gente. Fico sabendo de muita coisa. Inclusive da alta velocidade com que os ônibus e lotações arrancam, com idosos e pessoas de baixa mobilidade ainda em pé, tentando achar lugares para sentar. Uma de minhas vizinhas, senhora da terceira idade já, acabou desistindo de fazer seus passeios, por conta disso. Foram três quedas em menos de um ano. Numa delas ela foi jogada para fora do ônibus, e o motorista não parou para socorrê-la. Hum... Péssimo, não é?

Ainda falando desta falta de civilidade de quem está atrás do volante, vamos lembrar que eu, há alguns anos (dois ou três) fui atropelada na faixa de pedestres, com o sinal fechado para os carros, por uma motorista que cruzava da rua perpendicular, falando ao celular. Foi a distração do aparelho que a impediu de perceber que eu estava no meio da minha CORRETA travessia. Tive uma luxação no braço. Ela não estava em alta velocidade, e esta foi a sorte. A moça parou para me socorrer. Parecia uma pessoa bacana, consciente. Mas celular no meio do transito não dá, né? Moram muitos idosos neste bairro. Imagina um deles no meu lugar? O estrago seria bem maior. Mas, esta moça foi até bacana. Tem motorista que não pára, não acha que tem que parar e ainda me xinga quando me coloco na frente do carro. 

Como vocês percebem, tem muito o que ser melhorado à nível pessoal. E eu ainda nem atingi o ponto principal desta postagem! 

Meu pé inchado e com dois cortes,
depois do encontro acalorado com a calçada.
Por conta do acidente leve que sofri no sábado à noite, resolvi falar sobre nossas calçadas... Estou fazendo uma pesquisa sobre as leis que regem a construção, conservação e uso delas, no nosso estado e no país. Como esta é uma tarefa trabalhosa, haverá em breve outra postagem sobre o assunto, focando nos aspectos legais. Por enquanto vamos ficar com a leiga opinião de uma cidadã, ok? 

O que posso dizer com certeza, por que é público e notório, é que há uma lei no nosso município que rege a conservação das calçadas. E, em lendo este artigo em específico, fica claro que elas são de responsabilidade do dono do estabelecimento que usufrui do espaço. Ou seja, na frente do meu prédio, é nossa a responsabilidade de manter a calçada dentro das normas de conservação. Isto acontece? CLARO... que NÃO!

No Street View do Google é possível ver a árvore
começando a quebrar a calçada, e os desníveis começando a aparecer.
Hoje a situação está pior.
Foi neste ponto que machuquei meu pé.
Meu pé está aqui, enfaixadinho, e doído, para provar o que digo. No sábado dei uma bela topada, usando um chinelo de dedo, num desnível no asfalto da calçada, produzido inicialmente pela raiz de uma arvore, que tomou o local. A calçada está situada à Rua Napoleão de Barros. Como estou com dificuldade de caminhar depois do acidente, não tirei fotos pessoais ainda, e não tenho os dados precisos pra mostrar pra vocês o que acontece. Mas ainda esta semana vou fazer este documento. Aguardem pela nossa atualização. 


E de quem é a responsabilidade pela calçada toda quebrada na qual me machuquei? Da prefeitura? Do prédio que ocupa o terreno? Dos dois??? Pois é, não existe serviço bem feito sem fiscalização!!! Trago nesta postagem uma foto da minha própria calçada, e da do estabelecimento ao lado. Foi colocado um piso bonitinho, e uma rampa foi feita para facilitar a passagem das pessoas, nos desníveis da rua. Vou te contar que não ajuda. Estamos numa decida, e este piso bonitinho, no dia da chuva, vira um tobogã. Já vi muitos idosos caindo ali, e eu mesma - que não sou idosa, ainda - levei um tombão uma vez. Falta um anti-derrapante ali. Coisas simples, que as pessoas acabam nem fazendo. E assim vamos indo. Todos nós, eu inclusive. Empurrando com a barriga e discutindo de quem é o problema. Não podemos ser simplesmente civis, entender as necessidades da comunidade como um todo, e fazer o que é necessário, sem precisar que uma lei nos obrigue?

Reparem na rampinha com buraco na calçada da lojinha.
Este é o tobogã. Do lado é  calçada do meu prédio,
também com problemas de conservação.

Se você tem causos sobre a falta de senso de coletivo para contar, denúncias para fazer, e gostaria de ter um canal para expor a queixa, para ter um link para espalhar, por favor entre em contato comigo. Tente documentar abundantemente sua queixa, por que eu não ter como checar todas elas em locu, e temos que ser justos ao fazer qualquer reivindicação. É isso. Vamos tentar fazer do blog também um espaço de exercício de cidadania. 

Calçada a um quarteirão do Pronto Socorro do Hospital São Paulo,
ainda em local de administração da UNIFESP.
Uma aventura para os cadeirantes.







JulyN
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