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6 de mai. de 2013

Calçadas ou Montanhas Russas???

Exemplo claro de falta de senso de coletivo.
Quantos problemas este descaso ocasiona?
Bom, amigos... Há algum tempo venho pensando em fazer uma série de postagens sobre a falta de civilidade, a falta de espírito de coletivo, que observo na minha cidade. Conversando com as pessoas do meu bairro sobre esta ideia, percebi que muitos adorariam opinar, fazer denúncias ou apenas acrescentar indignação a alguns assuntos que não podem ser ignorados. Tenho pra mim que quando 'deixamos pra lá' - um hábito horrendo dos brasileiros - estamos consentindo uma porção de pequenas coisas incomodas, que em conjunto inviabilizam qualquer sociedade.

E durante este processo de pensar como seriam estas postagens, quais seriam os conteúdos, que moldes eu usaria para as denuncias, algo aconteceu. Na verdade, no espaço de uma semana, duas situações chamaram muito a minha atenção. Pois bem... Vamos inaugurar esta brincadeira das denúncias com um dos casos desta última semana, e numa próxima postagem, discutiremos o outro.

Pra quem ainda não sabe, moro em São Paulo, na Vila Clementino. E onde fica isso??? Nada melhor que um mapa para explicar!




Percebam que estamos nas imediações de um grande hospital. E, em grandes hospitais, presumimos que há uma grande movimentação de pessoas com dificuldades para se locomover. O que esperaríamos, neste caso? Uma boa malha de transporte público, uma maior paciência e consideração dos transeuntes, em relação aos pedestres do local, e calçadas adequadas à movimentação em qualquer situação física. Vocês ficariam surpresos se eu dissesse que NADA disso acontece? 

Pois é... Vamos começar falando sobre a educação das pessoas que trabalham em nosso bairro... Tenho muito contato com os moradores e transeuntes daqui (pacientes do hospital), por conta do meu trabalho de consultoria. Converso com muita gente. Fico sabendo de muita coisa. Inclusive da alta velocidade com que os ônibus e lotações arrancam, com idosos e pessoas de baixa mobilidade ainda em pé, tentando achar lugares para sentar. Uma de minhas vizinhas, senhora da terceira idade já, acabou desistindo de fazer seus passeios, por conta disso. Foram três quedas em menos de um ano. Numa delas ela foi jogada para fora do ônibus, e o motorista não parou para socorrê-la. Hum... Péssimo, não é?

Ainda falando desta falta de civilidade de quem está atrás do volante, vamos lembrar que eu, há alguns anos (dois ou três) fui atropelada na faixa de pedestres, com o sinal fechado para os carros, por uma motorista que cruzava da rua perpendicular, falando ao celular. Foi a distração do aparelho que a impediu de perceber que eu estava no meio da minha CORRETA travessia. Tive uma luxação no braço. Ela não estava em alta velocidade, e esta foi a sorte. A moça parou para me socorrer. Parecia uma pessoa bacana, consciente. Mas celular no meio do transito não dá, né? Moram muitos idosos neste bairro. Imagina um deles no meu lugar? O estrago seria bem maior. Mas, esta moça foi até bacana. Tem motorista que não pára, não acha que tem que parar e ainda me xinga quando me coloco na frente do carro. 

Como vocês percebem, tem muito o que ser melhorado à nível pessoal. E eu ainda nem atingi o ponto principal desta postagem! 

Meu pé inchado e com dois cortes,
depois do encontro acalorado com a calçada.
Por conta do acidente leve que sofri no sábado à noite, resolvi falar sobre nossas calçadas... Estou fazendo uma pesquisa sobre as leis que regem a construção, conservação e uso delas, no nosso estado e no país. Como esta é uma tarefa trabalhosa, haverá em breve outra postagem sobre o assunto, focando nos aspectos legais. Por enquanto vamos ficar com a leiga opinião de uma cidadã, ok? 

O que posso dizer com certeza, por que é público e notório, é que há uma lei no nosso município que rege a conservação das calçadas. E, em lendo este artigo em específico, fica claro que elas são de responsabilidade do dono do estabelecimento que usufrui do espaço. Ou seja, na frente do meu prédio, é nossa a responsabilidade de manter a calçada dentro das normas de conservação. Isto acontece? CLARO... que NÃO!

No Street View do Google é possível ver a árvore
começando a quebrar a calçada, e os desníveis começando a aparecer.
Hoje a situação está pior.
Foi neste ponto que machuquei meu pé.
Meu pé está aqui, enfaixadinho, e doído, para provar o que digo. No sábado dei uma bela topada, usando um chinelo de dedo, num desnível no asfalto da calçada, produzido inicialmente pela raiz de uma arvore, que tomou o local. A calçada está situada à Rua Napoleão de Barros. Como estou com dificuldade de caminhar depois do acidente, não tirei fotos pessoais ainda, e não tenho os dados precisos pra mostrar pra vocês o que acontece. Mas ainda esta semana vou fazer este documento. Aguardem pela nossa atualização. 


E de quem é a responsabilidade pela calçada toda quebrada na qual me machuquei? Da prefeitura? Do prédio que ocupa o terreno? Dos dois??? Pois é, não existe serviço bem feito sem fiscalização!!! Trago nesta postagem uma foto da minha própria calçada, e da do estabelecimento ao lado. Foi colocado um piso bonitinho, e uma rampa foi feita para facilitar a passagem das pessoas, nos desníveis da rua. Vou te contar que não ajuda. Estamos numa decida, e este piso bonitinho, no dia da chuva, vira um tobogã. Já vi muitos idosos caindo ali, e eu mesma - que não sou idosa, ainda - levei um tombão uma vez. Falta um anti-derrapante ali. Coisas simples, que as pessoas acabam nem fazendo. E assim vamos indo. Todos nós, eu inclusive. Empurrando com a barriga e discutindo de quem é o problema. Não podemos ser simplesmente civis, entender as necessidades da comunidade como um todo, e fazer o que é necessário, sem precisar que uma lei nos obrigue?

Reparem na rampinha com buraco na calçada da lojinha.
Este é o tobogã. Do lado é  calçada do meu prédio,
também com problemas de conservação.

Se você tem causos sobre a falta de senso de coletivo para contar, denúncias para fazer, e gostaria de ter um canal para expor a queixa, para ter um link para espalhar, por favor entre em contato comigo. Tente documentar abundantemente sua queixa, por que eu não ter como checar todas elas em locu, e temos que ser justos ao fazer qualquer reivindicação. É isso. Vamos tentar fazer do blog também um espaço de exercício de cidadania. 

Calçada a um quarteirão do Pronto Socorro do Hospital São Paulo,
ainda em local de administração da UNIFESP.
Uma aventura para os cadeirantes.







JulyN

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